sexta-feira, 28 de junho de 2013

SERÁ QUE TEMOS FEITO VALER A PENA?

Certa ocasião, um jovem de boa família, nascido no meio religioso, encontrou-se com Jesus Cristo. Sentindo a necessidade da salvação lhe perguntou o que fazer para herdar a vida eterna. Então, Jesus respondeu-lhe que bastava guardar os mandamentos de Deus. Diante destas palavras o jovem afirmou que já vinha aplicando estes ensinamentos deste a infância. Então, Jesus lhe propôs que se desfizesse de todas as coisas, doando-as aos pobres e se tornasse um verdadeiro discípulo, seguidor do mestre. Sendo assim, o jovem deu as costas e nunca mais foi visto.
Nos anos 70 uma jovem de boa família, se uniu a um grupo de revolucionários que resolveu lutar contra o sistema político-econômico opressor no Brasil. A fim de criar uma sociedade mais justa, esta jovem foi capaz de submeter-se à tortura promovida por seus inimigos. Passados 40 anos, Dilma Rousseff deixa de ser uma militante da luta trabalhista e se torna a primeira presidente mulher eleita no Brasil. Agora, no poder, Dilma Rousseff se alia aos grupos econômicos mais poderosos da nação governando ao lado daqueles à quem ela combatia no passado, em detrimento da massa trabalhadora. Assim, deixa para trás toda uma história de luta, reconstruindo uma nova identidade e uma nova biografia.
Será que vale a pena a pessoa passar boa parte da sua vida pregando um ideal, vivendo uma doutrina, agindo de acordo com determinados princípios, e no futuro jogar tudo isso na lata de lixo? Será que os princípios vividos na juventude pelo rapaz que foi ter com Jesus valeu para alguma coisa? Será que valeu a pena para a jovem estudante, levar choque elétrico durante as sessões de tortura no DOPS? Até que ponto nossas convicções filosóficas se perdem quando somos realmente provados?
Muitos de nós temos levado uma vida cheia de princípios e ideais que não passa de filosofias hipócritas. Quando somos de fato confrontados com situações em que temos que colocar em prática nossa filosofia, poucos são aqueles que de fato fazem o que pregam e estão dispostos a viver ou morrer por estes ideais. O jovem rico achava fácil seguir as regras da igreja, mas foi incapaz de viver por amor aos semelhantes. A jovem de classe média foi capaz de abandonar o conforto de seu lar e até enfrentar um regime totalitário, mas, seu sacrifício se tornou vão quando ela virou as costas para o proletariado após sentar-se na cadeira presidencial. Nossa filosofia pode ser bonita e nossos atos podem ser nobres, mas eles devem ser práticos e constantes. Não adianta só falar bonito e não agir. Não adianta agir hoje, e mudar de lado amanhã. Quem sou eu e quem é você? Quem somos nós? Quais são os nossos ideais e como temos imprimido eles na sociedade? Somente compreendendo esta relação evitaremos a vida hipócrita do jovem rico ou a transformação decadente da ex-militante de esquerda.

"Você diz: 'Estou rico, adquiri riquezas e não preciso de nada'. Não reconhece, porém, que é miserável, digno de compaixão, pobre, cego, e que está nu.
Dou-lhe este conselho: Compre de mim ouro refinado no fogo, e você se tornará rico; compre roupas brancas e vista-se para cobrir a sua vergonhosa nudez; e compre colírio para ungir os seus olhos e poder enxergar."  Apocalipse 3:17-18